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Ex-delegado Alexsandro recebe nova condenação por usar o cargo para cometer crimes, no MA

Ex-delegado Alexsandro Dias Divulgação/SSP O ex-delegado da Polícia Civil Alexsandro de Oliveira Passos Dias recebeu uma nova condenação da Justiça por u...

Ex-delegado Alexsandro recebe nova condenação por usar o cargo para cometer crimes, no MA
Ex-delegado Alexsandro recebe nova condenação por usar o cargo para cometer crimes, no MA (Foto: Reprodução)

Ex-delegado Alexsandro Dias Divulgação/SSP O ex-delegado da Polícia Civil Alexsandro de Oliveira Passos Dias recebeu uma nova condenação da Justiça por usar o cargo para cometer crimes, no Maranhão. É o mesmo delegado que, em setembro, já havia sido condenado à prisão por desviar dinheiro de fianças, em Morros. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias do MA em tempo real e de graça Desta vez, a condenação é pela Justiça de Barra do Corda por peculato, em um esquema de desvio de combustível da polícia. A decisão é de 1ª instância e ainda cabe recurso. No processo, o ex-delegado defendeu sua inocência e negou a prática de crimes (veja mais abaixo). No entanto, de acordo com as investigações, Alexsandro desviou mais de R$ 26 mil em combustível entre janeiro de 2014 e fevereiro de 2015, enquanto era delegado de Barra do Corda, utilizando de forma irregular o cartão corporativo destinado ao abastecimento das viaturas. Veja os vídeos que estão em alta no g1 O relatório da Supervisão de Transportes da Secretaria de Segurança Pública revelou 174 abastecimentos, muitos deles superiores à capacidade dos tanques e realizados inclusive em fins de semana e fora da cidade, indicando fraude sistemática. A Justiça concluiu que o então delegado tinha controle exclusivo do cartão de abastecimento e manipulava informações de hodômetro para justificar gastos incompatíveis com a rotina policial. Testemunhas confirmaram que o cartão permanecia com Alexsandro e que os abastecimentos eram autorizados diretamente por ele. O juiz afirmou ainda que o ex-delegado “abusou da autoridade conferida pelo Estado e comprometeu a confiança da sociedade na instituição policial”, ressaltando que sua permanência na função seria “incompatível com a moralidade administrativa”. Na decisão, o juiz João Vinicius Aguiar dos Santos, da 1ª Vara da Comarca de Barra do Corda, também determinou a perda definitiva do cargo público, além de pena de 2 anos e 8 meses de prisão. Porém, a punição foi substituída por prestação de serviços à e comunidade e pagamento de multa de 60 salários mínimos. O que disse Alexsandro Durante o processo, a defesa de Alexsandro afirmou que não houve dolo, alegando que as irregularidades nos abastecimentos ocorreram por falhas no sistema, com lançamentos duplicados ou incorretos, e que todos os abastecimentos eram feitos com autorização dos superiores, sem limite pré-estabelecido. O ex-delegado também sustentou que não manipulou dados e que os consumos registrados refletiam a rotina operacional da delegacia, e não intenção de desviar combustível. Condenação em Morros também pesa contra o ex-delegado Além do caso de Barra do Corda, Alexsandro Dias também foi condenado, em setembro, por crimes cometidos quando atuava como delegado em Morros, em processo movido pelo Ministério Público. As investigações mostraram episódios como cobrança de R$ 500 a R$ 1 mil para devolução de motocicletas e desvio de fianças em que apenas pequena parte dos valores era repassada ao Estado. Também havia cobrança mensal de R$ 20 para bares funcionarem e taxa de R$ 160 para liberar festas. Segundo as investigações, Alexsandro e outros dois auxiliares da delegacia eram quem cobravam valores ilegais para liberar veículos apreendidos, desviavam parte de fianças e exigiam pagamentos de comerciantes e organizadores de festas para autorização de funcionamento. Por causa dos crimes, Alexsandro recebeu pena de 19 anos, seis meses e 28 dias de prisão, além de 539 dias-multa, pelos crimes de concussão e peculato — desta vez praticados entre 2015 e 2016. Antes da condenação, o ex-delegado também já havia sido preso em 2016 suspeito de integrar um esquema de desvio de R$ 400 mil em combustível, ao lado de dois servidores também condenados no caso Morros. Além de Barra do Corda e Morros, Alexsandro já havia atuado nas delegacias dos municípios de Barreirinhas, São João dos Patos e Rosário.