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Ex-gerente dos Correios é condenado por forjar três assaltos e desviar R$ 485 mil no Maranhão

O ex-gerente dos Correios em Sambaíba, no sul do Maranhão, foi condenado por improbidade administrativa após forjar três assaltos à agência entre 2014 e 2...

Ex-gerente dos Correios é condenado por forjar três assaltos e desviar R$ 485 mil no Maranhão
Ex-gerente dos Correios é condenado por forjar três assaltos e desviar R$ 485 mil no Maranhão (Foto: Reprodução)

O ex-gerente dos Correios em Sambaíba, no sul do Maranhão, foi condenado por improbidade administrativa após forjar três assaltos à agência entre 2014 e 2015. Marcelo Camargo/Agência Brasil O ex-gerente dos Correios em Sambaíba, no sul do Maranhão, foi condenado por improbidade administrativa após forjar três assaltos à agência entre 2014 e 2015. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), ele desviou R$ 485,2 mil durante o período. Em todas as ocasiões, o ex-gerente afirmou que as câmeras de segurança estavam desligadas por falta de energia. Com isso, nenhum dos supostos assaltos foi gravado. A agência tinha cofre com retardo e botão de pânico, mas nenhum deles foi acionado. O primeiro falso assalto, segundo o réu, ocorreu em fevereiro de 2014. Ele disse ter sido abordado por dois homens durante o almoço e levado para dentro da agência. O roubo teria durado cerca de 45 minutos, tempo necessário para abrir o cofre. 📲 Clique aqui e se inscreva no canal do g1 Maranhão no WhatsApp Ele afirmou que os criminosos levaram R$ 161,6 mil e o deixaram amarrado na sala da tesouraria. O gerente disse que as câmeras estavam desligadas por falta de energia e que o vigilante não estava no local. Em janeiro de 2015, ele voltou a dizer que foi vítima de um assalto. Segundo o ex-gerente, três homens o abordaram em frente à casa dele e o fizeram refém com a família. No entanto, nenhum parente percebeu a ação. Ele disse ainda que foi levado por dois criminosos até a agência e obrigado a abrir o cofre, que estava sem o bloqueio de segurança programado por ele. Dessa vez, R$ 140,1 mil foram levados. Mais uma vez, as câmeras estavam desligadas. O ex-gerente afirmou que um dos assaltantes ficou em sua casa para ameaçar a família, mas a esposa e o filho disseram não ter visto ninguém. Segundo o processo, nenhum vizinho viu os homens armados e encapuzados que, segundo o ex-gerente, o acompanharam até a agência a pé. A Justiça apontou que o ex-gerente deu versões diferentes à Polícia Federal e à Polícia Civil. Em outro depoimento, ele disse que foi acordado às 4h30 por um conhecido e, depois, abordado por dois homens que se juntaram a um terceiro no caminho para a agência. O último falso assalto teria ocorrido em dezembro de 2015, por volta da meia-noite. O ex-gerente disse que foi abordado ao voltar de um bar e obrigado a buscar as chaves da agência. Segundo ele, os criminosos o levaram ao local e roubaram novamente o cofre. Assim como nas outras vezes, as câmeras estavam desligadas e ninguém viu a ação. Na data do último crime, o alarme da agência não estava funcionando. As câmeras, que operaram normalmente até o dia anterior, também pararam de gravar. O gerente novamente havia deixado de ativar o bloqueio de segurança do cofre. Em junho de 2016, ele ainda alegou outro assalto, mas admitiu não ter registrado ocorrência na polícia. O MPF afirmou que o ex-gerente cometeu improbidade ao simular os assaltos e causar prejuízo aos cofres públicos. Também descumpriu o dever de proteger o dinheiro sob sua responsabilidade. A Justiça Federal afirmou na sentença que o ex-gerente criou um álibi para justificar, de forma simulada, o desvio do dinheiro sob sua responsabilidade. O ex-gerente já havia sido demitido pelos Correios por justa causa. Agora, a Justiça Federal também o condenou por improbidade administrativa. Ele terá de devolver R$ 485,2 mil e pagar multa no mesmo valor, total de R$ 970,4 mil. Ainda cabe recurso. Em outro processo, o ex-gerente também foi condenado por peculato, crime em que o servidor se apropria de dinheiro ou bens que administra em razão do cargo. Em 2024, ele foi condenado a três anos e oito meses de prisão, pena convertida em multa de dois salários mínimos, serviços comunitários e devolução do valor desviado. Veja os vídeos que estão em alta no g1