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Famílias denunciam superlotação e tratamento inadequado de pacientes no Hospital Nina Rodrigues

Famílias de pacientes denunciam superlotação no Hospital Nina Rodrigues O Ministério Público do Maranhão (MP-MA) investiga denúncias de superlotação e ...

Famílias denunciam superlotação e tratamento inadequado de pacientes no Hospital Nina Rodrigues
Famílias denunciam superlotação e tratamento inadequado de pacientes no Hospital Nina Rodrigues (Foto: Reprodução)

Famílias de pacientes denunciam superlotação no Hospital Nina Rodrigues O Ministério Público do Maranhão (MP-MA) investiga denúncias de superlotação e condições desumanas que pacientes estão sendo submetidos no Hospital Nina Rodrigues, no Monte Castelo em São Luís. A unidade é referência no tratamento de pacientes psiquiátricos no Maranhão. 📲 Clique aqui e se inscreva no canal do g1 Maranhão no WhatsApp Vídeos gravados pelos acompanhantes de pacientes mostram pessoas aglomeradas em leitos, nos corredores e até no chão da área externa da unidade hospitalar (veja os vídeo acima). As imagens mostram pacientes sendo imobilizados de forma improvisada, sendo amarrados em cadeiras de rodas e tendo os braços e as pernas presas. A situação foi mostrada pela TV Mirante. Funcionários tentaram impedir acompanhantes de falar com a TV Mirante e informaram que iriam iniciar as transferências dos pacientes. Sete pacientes teriam sido transferidos para clínicas na quarta-feira (22). Além da superlotação, pacientes aguardam por leitos na calçada do Hospital Nina Rodrigues Reprodução/TV Mirante Os acompanhantes dos pacientes alegam que há uma demora na regulação de pessoas que precisam ser transferidas para clínicas de reabilitação. Alguns, chegam a entrar na Justiça do Maranhão solicitando em caráter de urgência as transferências, entretanto, mesmo com as decisões, elas não estão sendo feitas. A lavradora Kátia Dias tentou internar o filho no Hospital Nina Rodrigues na quarta-feira (22). Sem a transferência, ele recebeu alta do hospital. A família veio de Barreirinhas, cidade no litoral do Maranhão, em busca de apoio médico. "Deram alta para o meu filho na quarta-feira e ele tendo surto, deu um surto na Raposa, sábado no Socorrão I ele surtou e mesmo assim o médico deu alta para ele", disse a lavradora. Nesta quinta-feira (23), o filho da lavradora conseguiu ser internado e voltou para o Hospital Nina Rodrigues de ambulância. Pacientes estão sendo amarrados de forma inadequada Reprodução/TV Mirante Ministério Público cobra soluções Em 2022, o Ministério Público já havia pedido a Justiça do Maranhão a realização de reformas no Hospital Nina Rodrigues, mas o cumprimento não foi apresentado ao órgão. O Ministério Público alega que os pacientes estão sendo amarrados e há uma preocupação sobre o protocolo adotado pelo hospital, já que ele precisa ser feito de forma humanizada e adotado em últimos casos, segundo Ministério da Saúde. O órgão instaurou um inquérito para apurar a falta de contratualização de clínicas psiquiátricas pela Secretaria Municipal de Saúde (SEMUS) e acompanha a reorganização do modelo de atendimento. Além disso, o órgão ainda apura a triagem dos pacientes que está sendo realizada de forma inadequada pelo Hospital Nina Rodrigues. Os pacientes estariam aguardando entre 2 a 5 dias por internação sem iniciar o tratamento. Hospital Nina Rodrigues é referência em atendimento psiquiátrico no Maranhão Reprodução/TV Mirante De acordo com o MP, uma audiência feita em agosto pactuou a criação de um Protocolo Único de Assistência e Regulação Psiquiátrica, a ser aprovado pelo Conselho Regional de Medicina (CRM-MA) e pelo CIB/MA. Para a melhora no atendimento, o Ministério Público ainda prevê a capacitação de profissionais das portas de urgência e emergência e melhoria da regulação de leitos psiquiátricos e do SAMU. O Ministério Público alega está marcada para o dia 6 de novembro, uma audiência para tratar das conformidades sanitárias não praticas pelo Hospital Nina Rodrigues. O que diz o governo? Em entrevista ao JM1, Nathália Kristine Figueiredo, diretora administrativa do Hospital Nina Rodrigues, explicou que a superlotação da unidade é causada pelo fato do local ser a única porta de entrada e atendimento de pacientes psiquiátricos no Maranhão. Segundo a diretora, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) iniciou tratativas com as secretarias municipais para que elas fortaleçam o seu sistema de atendimento à esses pacientes, na tentativa de melhorar a superlotação do Nina Rodrigues. "O que foi visto foi uma superlotação, mas o Hospital Nina Rodrigues atende seus pacientes de forma qualificada, nós temos uma equipe multiprofissional e o que causa desconforto nas famílias é essa superlotação. O nosso serviço de pronto atendimento, que é de abrangência do Estado, é de 25 leitos e nós recebemos 217 municípios do Maranhão e com isso, temos que receber todos os pacientes, por isso gera o congestionamento por ser o único hospital", explica a diretora. Veja, abaixo, a entrevista completa sobre a situação no Nina Rodrigues: MP investiga superlotação e condições precárias no Nina Rodrigues O que diz a prefeitura? Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (Semus) afirma que não houve redução no número de leitos disponíveis para a regulação desses pacientes e que estão sob responsabilidade do município e afirma que mantém a contratualização com duas clínicas que prestam serviço em São Luís e que os pagamentos estão sendo feitos regularmente.