Lançamento do foguete HANBIT-Nano em Alcântara é adiado para dezembro
Foguete HANBIT-Nano seria lançado neste sábado (22) no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) no Maranhão INNOSPACE A empresa sul-coreana Innospace, em pa...
Foguete HANBIT-Nano seria lançado neste sábado (22) no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) no Maranhão INNOSPACE A empresa sul-coreana Innospace, em parceria com a Força Aérea Brasileira (FAB), adiou para o dia 17 de dezembro a primeira tentativa de lançamento do foguete HANBIT-Nano a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão. O período da Operação Spaceward foi estendido até 22 de dezembro para permitir novos testes de segurança e ajustes técnicos. Inicialmente, o lançamento estava previsto para este sábado, 22 de novembro. A mudança foi motivada pela necessidade de aprimorar o processamento dos sinais coletados do veículo, usados para avaliar seu desempenho durante o voo. 📲 Clique aqui e se inscreva no canal do g1 Maranhão no WhatsApp Segundo a FAB, os ensaios realizados indicaram a necessidade de ajustes adicionais nos sistemas de aviônica, etapa considerada comum em missões inaugurais. A operação é conduzida em parceria com a Agência Espacial Brasileira (AEB) e representa o primeiro lançamento comercial realizado a partir do território nacional. Nos últimos dias, a Innospace realizou um ensaio geral na plataforma de Alcântara, simulando todas as etapas da operação: deslocamento do veículo, preparativos, verificação da sequência de lançamento e retorno da plataforma. Os testes dos sistemas de pressão, elétrica, controle e integração foram concluídos. “O CLA permanece totalmente operacional. A extensão do período foi uma decisão conjunta e responsável, baseada nas avaliações técnicas da Innospace a partir de dados fornecidos pelo Centro, e que demanda tempo adicional para assegurar que cada sistema esteja plenamente qualificado", afirma o Diretor do CLA, Coronel Aviador Clóvis Martins de Souza. Veja os vídeos que estão em alta no g1 A Operação Spaceward é coordenada pelo Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) da FAB, em parceria com a AEB. O projeto marca a entrada do Brasil no mercado global de lançamentos espaciais. Selecionada em edital público da AEB em 2020, a Innospace assinou contrato com o Comando da Aeronáutica em 2022 para operar no CLA. O foguete HANBIT-Nano levará cinco satélites e três experimentos, desenvolvidos por instituições e empresas do Brasil e da Índia. Satélites que coletam dados ambientais e levam mensagens Satélites desenvolvidos pela UFMA serão lançados em Alcântara Carlos Brito e INNOSPACE O Jussara-K, desenvolvido pela UFMA com parceiros nacionais, foi criado para coletar dados ambientais em lagoas, florestas e áreas agrícolas, medindo temperatura, umidade e gases como monóxido de carbono. O satélite também leva um módulo de inteligência artificial para testes em órbita. Já o Pion BR2 – Cientistas de Alcântara, fruto de parceria entre UFMA, AEB e outras instituições, tem caráter social: levará ao espaço mensagens escritas por cerca de 300 crianças do Maranhão, que poderão ser captadas por estações de telemetria em diferentes países. Por que foguetes podem ser lançados em Alcântara? Vista área do Aeroporto de Alcântara, localizado na área do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) Divulgação/Agência Espacial Brasileira O lançamento de foguetes em solo brasileiro, em especial, em Alcântara é possível devido a um Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST) feito pelo Governo Federal, em 2019. Após a assinatura do documento, a Agência Espacial Brasileira (AEB) lançou um edital para atrair o interesse de empresas privadas na utilização do Centro de Lançamento de Alcântara. Quatro empresas foram habilitadas, dentre elas, a sul-coreana Innospace. O acordo contém cláusulas que protegem tanto a tecnologia usada pelos norte-americanos quanto pelos brasileiros. Pelo acordo, os Estados Unidos poderão lançar satélites e foguetes do local, mas o território de Alcântara continuará sendo espaço de jurisdição brasileira.