Quem é Júnior Garimpeiro, prefeito de Centro Novo do MA preso suspeito de extrair ouro de terra indígena em MT
Júnior Garimpeiro é um dos alvos da Polícia Federal por realização de garimpo ilegal em Centro Novo do Maranhão Arquivo pessoal O prefeito de Centro Novo ...
Júnior Garimpeiro é um dos alvos da Polícia Federal por realização de garimpo ilegal em Centro Novo do Maranhão Arquivo pessoal O prefeito de Centro Novo do Maranhão, Joedson Almeida dos Santos, conhecido como Júnior Garimpeiro (PSDB), de 42 anos, foi preso em flagrante nessa quarta-feira (12), em Confresa (MT), transportando sacos com minério e resquícios de ouro. Ele já havia sido preso em 2021 por envolvimento com garimpo ilegal e crimes ambientais. Além dele, outros três suspeitos foram detidos. O g1 entrou em contato com a Prefeitura de Centro Novo do Maranhão, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. 📲 Clique aqui e se inscreva no canal do g1 Maranhão no WhatsApp Natural de Carutapera (MA), Júnior Garimpeiro tem ensino fundamental incompleto, é casado e pai de duas filhas. Ele está em seu segundo mandato como prefeito de Centro Novo do Maranhão, cidade localizada a cerca de 257 km de São Luís. Em uma rede social, ele se descreve como “apaixonado pela vida na natureza”. Segundo a Polícia Militar, o prefeito tem passagens criminais anteriores por usurpação de bens da União, por extração irregular de minérios (veja mais abaixo). O prefeito declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um patrimônio de R$ 1.237.600,00, entre eles: Um terreno de 100 hectares com casa, avaliado em R$ 650 mil Uma casa avaliada em R$ 420 mil Uma caminhonete avaliada em R$ 150 mil Uma moto avaliada em R$ 17.600 Preso com ouro e minério em Mato Grosso Material que foi apreendido junto aos suspeitos Polícia Militar Conforme o boletim de ocorrência, os suspeitos foram abordados nessa quarta-feira (12), por volta de 16h30, na MT-430, por uma equipe de fiscalização da Secretaria Estadual de Infraestrutura e Logística (Sinfra-MT) Durante a abordagem, os suspeitos deram versões contraditórias sobre a viagem. O homem de 23 anos chegou a afirmar que o grupo vinha de uma região de garimpo em Paranaíta, a 849 quilômetros de Cuiabá. Dentro do carro, os oficiais encontraram os sacos e pacotes contendo minério e resquício de ouro. Durante as buscas, os policiais também verificaram que o interior dos pneus da caminhonete era usado com frequência para esconder materiais ilícitos. Entre o material apreendido estavam cinco peças de ouro puro, pesando cerca de dez gramas. Entre os objetos apreendidos estavam diversas notas fiscais de combustível, lonas plásticas, uma apostila e uma agenda com anotações e termos em idioma indígena, além de um GPS de alta precisão. Dois dos ocupantes afirmaram trabalhar em uma área de garimpo, e um deles disse ser indígena. A informação levantou suspeita de possível exploração mineral em território indígena, o que passará a ser investigado pela polícia. O material foi analisado pela Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) e encaminhado à perícia específica em Cuiabá. Enquanto o grupo e o material apreendido foram encaminhados à Delegacia de Polícia Civil de Confresa, onde o caso segue sob investigação. Prefeito já havia sido preso por garimpo ilegal em 2021; área desmatada chegou a 60 mil hectares Prefeito de Centro Novo do Maranhão é preso por garimpo ilegal Em 2021, Júnior Garimpeiro foi preso após ficar foragido por duas semanas. Ele era um dos alvos da Operação Curimã, da Polícia Federal, que investigava uma organização criminosa responsável por desmatar mais de 60 mil hectares de floresta para abrir garimpos ilegais de ouro em Centro Novo do Maranhão. Segundo a PF, os garimpos utilizavam substâncias tóxicas como mercúrio e cianeto, provocando danos ambientais, inclusive no rio Maracaçumé. Durante a operação, foram apreendidos escavadeiras, armas de fogo, munições, dois quilos de ouro e veículos. O prefeito se entregou na sede da Polícia Federal, em São Luís, e foi encaminhado ao Complexo Penitenciário de Pedrinhas. As investigações apontam que a organização criminosa da qual o prefeito seria integrante atuava há pelo menos três anos, com forte influência política e econômica na região. Os crimes investigados incluem usurpação de bens da União, mineração ilegal, porte ilegal de arma de fogo e associação criminosa. As penas somadas podem ultrapassar 20 anos de prisão.