Startups maranhenses criam soluções para saúde e segurança no trabalho

Com o tema “Inteligência Artificial: uma nova revolução”, a Expo Indústria Maranhão 2025 está cheia de novidades tecnológicas que prometem transforma...

Com o tema “Inteligência Artificial: uma nova revolução”, a Expo Indústria Maranhão 2025 está cheia de novidades tecnológicas que prometem transformar o dia a dia das empresas e seus trabalhadores. Entre os vários espaços disponíveis para visitação na feira está o Terminal de Inovação, onde seis startups focadas em saúde e segurança no trabalho propõem soluções para melhorar o ambiente laboral, evitando riscos aos profissionais bem como melhorando os processos, reduzindo burocracias e tempo na execução das atividades. Estão em exposição seis startups que desenvolvem projetos incubados no Hub de Inovação em Saúde SESI, criado para estimular a inovação e a pesquisa no setor industrial maranhense. Entre as inovações em destaque estão sistemas que utilizam inteligência artificial para atendimento em saúde mental, dispositivos capazes de monitorar dados durante atividades laborais, plataformas digitais voltadas para o controle de riscos e jogos digitais que promovem o cuidado com a saúde mental dos trabalhadores. Prevenção Uma das startups é a Riskon, uma ferramenta de gestão de riscos com inteligência artificial que permite a tomada de decisões inteligentes em menos tempo e com mais segurança. “Nós já atuávamos em segurança no trabalho há mais de 10 anos e criamos uma frente de inovação para melhorarmos nossos próprios processos. Foi desta frente de inovação que surgiu a Riskon”, informa Dallyane Guedes, CEO da startup. A ferramenta permite a redução de custos administrativos por meio de um sistema que armazena documentos e arquivos com informações sobre o trabalhador. “Quando uma empresa consegue ser organizada e ter todas as informações em um único local, os ganhos para o trabalhador também são muitos, pois diminuem os riscos, evitando acidentes e afastamentos”, ressalta Dallyane Guedes. A IA usada pela Riskon identifica perigos e gera recomendações automáticas, formata uma matriz de risco em segundos, identifica causas e falhas potenciais entre diversas outras aplicabilidades. Em um mundo onde a busca por equidade entre homens e mulheres no mercado de trabalho está cada vez mais constante, a IA pode ser uma ferramenta importante para reduzir esta diferença. A Dayaht é uma startup criada para a promoção e prevenção de saúde mental especialmente para as mulheres. A inspiração vem da experiência da sua fundadora. “Durante a pandemia eu tive um ataque de pânico durante o trabalho. Foi a partir daí que surgiu a ideia de criação da Dayaht”, conta Samira Nogueira. A startup garante às empresas um olhar mais inclusivo e humanizado para as mulheres por meio de dois modelos de negócios: a Dayaht para empresas e a Dayaht para mulheres. Para empresas ela atende a todos os colaboradores por meio das normativas de segurança no trabalho como a NR1, que é a avaliação de risco psicossociais, desenvolvendo diagnósticos de forma digital. “Também atendemos a NR5, que é a prevenção de assédio moral e sexual no trabalho para a qual também propomos várias soluções como o curso de prevenção de assédio”, explica Samira Nogueira. Já o Dayaht para mulheres permite realizar workshops, palestras e mentorias. A Dayana, IA integrada ao sistema, atende homens e mulheres, orientando sobre a relação de trabalho para evitar assédios, sendo a primeira terapeuta especialista em saúde mental de mulheres do Brasil. Já a Metasense, outra startup com projeto incubado pelo Hub de Inovação em Saúde SESI, surgiu a partir de um projeto para soluções para astronautas no espaço que também gerassem benefícios para a população em terra firme. O foco da startup são as disfunções na tireoide, que afeta 3 a cada 20 pessoas acima de 20 anos, mas os sintomas passam despercebidos por se assemelharem a outras condições. “A gente desenvolveu uma ferramenta que faz o monitoramento de forma contínua por meio da Metabolômica, uma área da medicina que utiliza fluidos como suor, saliva, tosse, urina e outros para diagnosticar algumas doenças. A partir disso nós conseguimos detectar os principais hormônios, que são analisados com a ajuda de uma IA com a qual identificamos as falhas que indiquem problemas de saúde”, informa José Figueredo, fundador da startup. A partir destas análises é possível verificar a aptidão do trabalhador dia após dia, identificar riscos e tomar as medidas preventivas a tempo. Poder ter a saúde monitorada em tempo real enquanto exerce as funções profissionais sem transtornos à rotina é a proposta da Protec, que desenvolveu um capacete que utiliza tecnologia embarcada junto com IA preditiva para monitorar os sinais vitais do trabalhador para antecipar possíveis riscos, permitindo que a empresa agisse antes de qualquer incidente. É o que garante Anderson Pinto, CEO da startup. “Os sensores são acoplados no capacete já utilizado pelo trabalhador, com a possibilidade de estendermos para os demais EPIs, não gerando custos adicionais para a empresa ou dificuldades para a rotina do trabalhador. Todo mês seriam gerados relatórios para prever potenciais problemas. A partir disso, tanto a empresa quanto o trabalhador poderiam adotar protocolos preventivos que podem ser desde um descanso ou buscar assistência médica imediata”, detalha Anderson Pinto, CEO da startup. Segurança no mar Reduzir de 1h para 20 minutos, mas com mais segurança uma tarefa profissional não é mais algo utópico, segundo um dos membros da startup Drone as a Service, ou simplesmente DAAS, Lauro Guimarães. A empresa propõe a inovação do serviço portuário por meio da mudança na execução de um processo tão antigo quanto a navegação: a pesagem das embarcações ou arqueação. “Nós dizemos que a DAAS é uma inovação de ferramenta. Hoje, essa medição é feita por cinco pessoas em uma embarcação menor, circundando os navios e fazendo as medições para verificar o peso carregado no navio. Este é um processo que demora 1h. Nossa proposta é utilizar uma ferramenta via drone que faria o mesmo processo em 20 minutos. Com três medições ao fim de cada processo, o ganho foi de 40 minutos” As vantagens são diversas e vão desde ganhos para o meio ambiente com a redução de até 90% na emissão de gases do efeito estufa, a diminuição do risco de um trabalhador cair no mar, além da redução de tempo e custos operacionais. “Já estamos fazendo os testes em navios e assim que concluirmos vamos lançar como produto para o mercado portuário”, informa Lauro Guimarães. Uma das áreas da saúde com maior debate na atualidade, a mental, foi alvo de duas das seis startups em exposição no Terminal de Inovação. A meubem é uma plataforma de bem-estar e cuidado com a saúde mental do trabalhador. “Para isto usamos um chatbot com IA para identificar os problemas e uma plataforma gameficada para conteúdo como jogo antiestresse”, informa Kassio Sousa, co-fundador da meubeu. Desta forma é possível diminuir o número de trabalhadores afastados para tratamento, menos custos para a empresa e dar informações atualizadas para o trabalhador com soluções disponíveis na palma da mão. Esses projetos demonstram a diversidade e a inovação tecnológica promovidas pelo Hub de Inovação em Saúde SESI, alinhadas ao uso de inteligência artificial e tecnologias digitais avançadas voltadas para a saúde, segurança e bem-estar no ambiente de trabalho. Expo Indústria A Expo Indústria Maranhão 2025 acontece até domingo (5), no Multicenter Negócios e Eventos, sob a realização do Sistema FIEMA (CIEMA, SESI, SENAI, IEL e Federação) e da Confederação Nacional da Indústria (CNI), com correalização do Governo do Estado e do Sebrae. A feira conta com patrocinadores que acreditam no desenvolvimento do Maranhão, tendo como patrocínio Diamante: Grupo Equatorial via Lei Estadual de Incentivo à Cultura por meio da Secretaria de Cultura do Governo do Estado do Maranhão; patrocínio Ouro: Alumar, Programa de Desenvolvimento de Fornecedores (PDF Maranhão), Prefeitura de São Luís e Vale; e como patrocínio Prata: Aço Verde do Brasil (AVB), Cimento Bravo, Eneva, Suzano, Inpasa, VLI, Banco da Amazônia, Banco do Nordeste, Caixa e Apex Brasil, via Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços do Governo Federal.